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Omega e AES Brasil focam em geração eólica e veem energia solar mais cara

São Paulo, 2 de fevereiro – As empresas de geração renovável Omega Energia e AES Brasil vão focar investimentos em projetos eólicos para seus planos de expansão, disseram executivos das companhias hoje, em evento do Credit Suisse, destacando que a fonte está mais competitiva do que as usinas solares.

Ambas as empresas possuem tanto projetos eólicos quanto fotovoltaicos em carteira, mas os custos de equipamentos e fretes no setor de energia solar aumentaram substancialmente desde o início da pandemia de covid-19, o que deve levar à priorização de usinas movidas a vento, ao menos no curto prazo.

“Hoje vemos a eólica como mais competitiva, algo como 30% mais barata do que a solar”, disse a presidente da AES Brasil, Clarissa Sadock, durante conferência promovida pelo Credit, em painel sobre energia limpa.

Com isso, acrescentou ela, a AES pretende investir no curto prazo na expansão de seu complexo eólico Cajuína, no Rio Grande do Norte, enquanto mantém em espera alguns projetos solares que possui para desenvolvimento em Minas Gerais.

Tanto a AES Brasil quanto a Omega têm negociado contratos de longo prazo com grandes empresas para a venda da produção futura de seus projetos de geração renovável, e a preferência dos clientes acaba sendo pela fonte de energia que oferece os menores custos finais.

“Acho que vamos ter ainda um bom tempo em que, em termos de rentabilidade, a eólica ainda estará na frente”, disse o presidente da Omega Energia, Antonio Bastos Filho, embora sinalizando que a empresa não vai descartar a fonte solar de seu negócio.

“Somos agnósticos em relação à fonte, desde que seja renovável”, afirmou ele, acrescentando que “o custo está altíssimo” para novos projetos solares atualmente.

A indústria de energia eólica também foi atingida por aumentos de custos devido ao desarranjo de cadeias globais de produção depois da pandemia, mas o impacto foi menor que no segmento fotovoltaico, bastante concentrado na China.

“As matérias-primas, commodities em geral… quando você olha a commodity usada no aerogerador, subiu 70%, 80%, enquanto você olha a commodity utilizada no setor solar e ela mais que quadruplicou”, afirmou Sadock, da AES.

“Isso fez o preço de um painel solar, que antes da pandemia você conseguia até por 17 centavos de dólar, passar para 30 centavos de dólar. Isso reduz a competitividade das solares neste momento”, acrescentou a executiva.

Além dos impactos da pandemia sobre a cadeia de suprimento, a indústria de energia solar também teve a produção afetada por uma crise energética na China no ano passado, que restringiu momentaneamente as atividades de algumas fabricantes de equipamentos.

Fonte: Mover