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Alteração na vazão de Belo Monte é gravíssima, diz CCEE

CCEE está muito preocupada com o aumento da vazão da usina hidrelétrica Belo Monte (11,2 GW, PA) para o Rio Xingu. De acordo com o presidente do conselho de administração da CCEE, Rui Altieri, todo o mercado será impactado com a resultante queda na produção de energia da usina, que está no período de abundância hidrológica.

“Essa questão é gravíssima. Temos que encontrar uma solução no curto prazo, pois o prejuízo será muito grande”, disse Altieri nesta segunda-feira (01/02) para jornalistas. A CCEE está acompanhando a atuação do MME para reverter a situação.

“O desperdício de hidrologia é muito grande, da ordem de bilhões de reais. Isso é compartilhado por todo o mercado. Os encargos de serviço de sistema vão aumentar muito, pois térmicas vão ter que substituir essa energia que não será gerada. As tarifas do ambiente regulado também vão aumentar”, disse Altieri. Outro efeito apontado por ele é o de prejuízos no Mecanismo de Realocação de Energia (MRE).

Segundo Altieri, com a decisão do Ibama de liberar a vazão máxima da usina para o Rio Xingu entre os dias 1 e 7 de fevereiro, apenas duas das dez máquinas da casa de força principal estão operando, o que afeta o armazenamento das usinas do Sudeste. A CCEE estima que a redução na energia gerada por Belo Monte será de 6.550 MW médios.

Por outro lado, a alteração na vazão não tem efeito na formação do PLD, por se tratar de uma mudança imprevista. Já a Norte Energia, responsável pela usina de Belo Monte, deverá ser impactada ao ter que compensar a redução na produção, tendo que comprar energia para atender aos contratos.

Na última quarta-feira (27/01), a Aneel enviou ofício ao Ibama alertando que o impacto da mudança na vazão de Belo Monte pode gerar custo de R$ 1,3 bilhão aos consumidores de energia elétrica nos dois primeiros meses de 2021.

Em dezembro do ano passado, a Advogacia Geral da União assegurou a decisão do Ibama sobre a vazão da usina que, segundo o órgão ambiental, foi adotada para proteger a vida aquática e das populações ribeirinhas do Rio Xingu.

Fonte: Energia Hoje