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Distribuidoras e governo estudam como reduzir déficit da bandeira escassez hídrica

As distribuidoras e o governo estão debatendo como será a mitigação dos efeitos da crise hídrica sobre as finanças dessas empresas. Na última quarta-feira (13/10), a secretária-executiva do MME, Marisete Dadald Pereira, reconheceu que a arrecadação da Bandeira Escassez Hídrica não é suficiente para cobrir os custos com a compra da geração emergencial.

Marisete descartou, por ora, elevação do valor da bandeira. Em setembro, o governo criou o novo patamar de cobrança, como uma das medidas de combate à crise hídrica, chamado informalmente pelo mercado de bandeira roxa, correspondendo a um adicional de R$ 14,20 a cada 100 kWh consumidos.

O presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Marcos Madureira, confirmou o quadro e disse que as saídas serão propostas pelo MME e pela Aneel. As causas do déficit, segundo ele, são a elevação dos custos do gás natural no mercado externo, causada por outra crise energética, esta em âmbito global.

Na semana passada, a cotação do GNL chegou a US$ 50/MMBtu. Além disso, a elevação do câmbio e da cotação dos preços do petróleo no mercado internacional têm pressionado as despesas com os combustíveis para a geração térmica, especialmente as usinas merchant (sem contratos de comercialização), cujo custo variável unitário (CVU) tem sido ajustado recorrentemente.

Esse efeito já é sentido de imediato pelas empresas, explicou Madureira, em entrevista coletiva após participar do segundo dia do Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico (Enase), realizado nesta quinta-feira (14/10) pelo CanalEnergia.

Recentemente, as distribuidoras aderiram a um empréstimo sindicalizado, coordenado pela CCEE, para cobrir custos decorrentes dos efeitos da pandemia de Covid-19 sobre as receitas. Esse modelo foi baseado na Conta ACR, criada em meados da década passada, para cobrir as despesas causadas pela crise hídrica da época.

Questionado sobre se as distribuidoras estudam algum plano para um novo empréstimo, Madureira afirmou que a medida deve partir do MME e da Aneel, uma vez que as distribuidoras são neutras no quesito repasse de custos para o consumidor.

As distribuidoras não têm ingerência na aquisição da energia emergencial. Elas repassam os custos para as tarifas. A questão ganha complexidade porque as distribuidoras repassam a arrecadação das bandeiras para a cobertura dos custos. Caso a receita das bandeira não seja suficiente para cobrir as despesas, há um descasamento no fluxo de caixa das distribuidoras.

Fonte: Energia Hoje.