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Em 10 anos, Rio Grande tem déficit de chuvas de 2,3 vezes a média anual

O documento de 48 páginas “Avaliação das Condições de Atendimento Eletroenergético do Sistema Interligado Nacional – Estudo Prospectivo Junho a Novembro de 2021”, elaborado pelo ONS, mostra uma evidência assustadora da escassez de chuvas no subsistema Sudeste/Centro-Oeste (SE/CO) nos últimos 10 anos: na bacia do rio Grande, onde a precipitação média histórica é de 1.314 mm, o déficit de chuvas acumulado de 2011 a 2021 equivale a 2,3 vezes essa média anual.

Na bacia do rio Paranaíba, onde a média anual de chuvas é de 1.272 mm, o déficit acumulado no período representa aproximadamente 60% da média anual. E na calha principal do rio Paraná, formado pela confluência do Paranaíba e do Grande, onde a média anual de chuvas é de 1.346 mm, o déficit acumulado nos últimos três anos também equivale a cerca de 60% da média anual.

O documento, encaminhado à presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Christianne Dias, por intermédio do ofício 13/2021 do CMSE/MME após a reunião extraordinária do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) do dia 27/05, serviu de base para que a agência emitisse, no dia 01/06, pela primeira vez na história, uma “Declaração de Situação Crítica de Escassez Quantitativa de Recursos Hídricos da Região Hidrográfica do Paraná”.

As medidas decorrentes desta declaração ainda estavam em análise até o final do dia de ontem. Com base no documento do ONS o CMSE pediu flexibilização das restrições hídricas nos reservatórios de sete usinas -Ilha Solteira, Jupiá, Porto Primavera, Três Irmãos, Furnas, Mascarenhas de Moraes e Xingó, este último no rio São Francisco- para permitir o manejo necessário à otimização da geração hidrelétrica no período junho/novembro.

Os reservatórios da Bacia do Paraná representam 76% da capacidade de armazenamento do subsistema SE/CO e 53% do SIN. Segundo o relatório do ONS, ali o período úmido, já deficitário, terminou em março. Em abril, a afluência no rio Grande foi de 38% da média de longo termo (MLT), pior registro para o período nos 91 anos de medições, fato que se repetiu em maio, também com 38% da MLT (número previsto, porque o mês ainda não terminara quando o relatório foi elaborado).

No Paranaíba, na afluência de abril foi de 47% da MLT, quarta pior da história, e a de maio foi de 50%, segunda pior. Na calha principal do Paraná, abril foi o segundo número da história (51%) e maio foi o pior da história (50% da MLT).

Fonte: Energia Hoje