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Neoenergia arremata CEB-D por R$ 2,515 bilhões

A Neoenergia arrematou a CEB-D em leilão público realizado nesta sexta-feira (04/12) na B3 por R$ 2,515 bilhões, o que corresponde a um ágio de 76,63% em relação ao valor inicial de R$ 1,424 bilhão. A empresa, representada pela Bahia Geração de Energia S.A, disputou a empresa com a CPFL Energia em viva-voz, vencendo após 16 rodadas. Além delas, a Equatorial apresentou proposta, mas não disputou a distribuidora do Distrito Federal.

Na apresentação de propostas por envelope, a CPFL Energia havia apresentado proposta de R$ 1,950 bilhões – ágio de 36,95%, enquanto a Neoenergia ofertou R$ R$ 2,200 bilhões (ágio de 54,51%). A Equatorial Energia fez oferta de R$ 1,485 bilhão, correspondente a um sobrepreço de 4,29%, saindo do jogo logo no início.

A Enel, que era considerada uma candidata natural à compra da distribuidora, diante da proximidade com a área de concessão que possui em Goiás, não apresentou oferta.

De acordo com o presidente da Neoenergia, Mario Ruiz Tagle, a companhia deve recorrer ao mercado financeiro para levantar recursos a fim de elevar a qualidade do serviço. O executivo afirmou que o lance ofertado foi possível porque a Neoenergia estudou muito a CEB-D e que as metas de qualidade foram um incentivo à aquisição.

Apesar dos problemas operacionais, Mario avalia que a CEB-D é um “ativo de primeira qualidade”. Ainda segundo ele, a Neoenergia incialmente deve se concentrar na distribuidora do Distrito Federal, antes de se pensar em novas aquisições – quando questionado sobre a privatização da CEEE-D.

A empresa de consultoria Boreal Brasil Analytics previa que a CEB-D despertaria mais competitividade entre os interessados, por apresentar algumas características que tornam a empresa mais atrativa para a expansão dos negócios, como a alta densidade de unidades consumidoras e o consumo per capita acima da média nacional.

O leilão da CEB-D era considerado essencial pelo governo distrital uma vez que a empresa não havia atingido metas de qualidade e de gestão econômico-financeira em 2018 e 2019 e caminhava para novo descumprimento este ano, o que resultaria em processo de caducidade.

Esse ponto foi ressaltado pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, segundo o qual havia impossibilidade de recuperar a CEB sem demandar muitos investimentos. Da mesma forma, o presidente da CEB, Edson Garcia, disse que quando entrou na companhia “encontrou uma empresa carente de investimentos”.

Já o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, afirmou que a agenda de privatizações inclui os leilões da CEEE-D, previsto para fevereiro, e da CEA, que opera no Amapá em regime precário. Ele destacou que a CEB-D possui múltiplo de duas vezes a média do setor e que o gargalo do programa de privatizações é a oferta de bons ativos, como é o caso, segundo ele, da distribuidora.

No caso da CEEE-D e da CEA, ele afirmou que as duas empresas encontram-se em situações diferentes, mas que uma boa estruturação da venda também resultará em demanda pelas concessões.

Fonte: Energia Hoje