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PDE 2030 trará cenários com PIB de 1,7% a 4,1%

A Empresa de Pesquisa Energética publicou os cadernos de Economia e de Demanda, que vão balizar a elaboração do PDE 2030. Os cadernos trazem, além do cenário tradicional, perspectivas superiores e inferiores, trazendo mais intuição ao planejamento. As conjunturas e incertezas trazidas pela  pandemia de covid-19, a retomada da atividade econômica e o comportamento da carga são alguns dos pontos abordados.

No Caderno de Economia, que vai servir de base para subsidiar a elaboração da demanda e outros estudos do PDE, o cenário de referência sinaliza uma retomada da crise em formato de ‘V’ o ‘U’, com crescimento médio anual de 2,9% ao ano entre os anos de 2021 e 2030.

Segundo a EPE, o PIB per capita brasileiro crescerá, 2,3% ao ano em média, chegando a US$19,2 mil em 2030, perto ao que países como México e Argentina tinham em 2016. Nesse cenário há uma recuperação gradual após o fim da pandemia, em especial nos serviços e na indústria de construção e transformação. Nesse pós-crise, os setores exportadores de commodities também terão destaque, assim como o aumento nos investimentos e realização de reformas que vão reduzir gargalos e aumentar a competitividade. Ainda nesse cenário referencial, o setor de construção deve ser beneficiado pelo êxito nas concessões e por investimentos em infraestrutura.

Já no cenário classificado como inferior,  a falta de confiança e alta instabilidade causadas pela pandemia atrapalham o crescimento no curto prazo e o crescimento médio do PIB fica em 1,7% ao ano entre 2021 e 2030. Não haveria avanços na reformas estruturais e a produtividade ficaria estagnada. Esse cenário pessimista mostra uma crise mais intensa e incerteza maior, impactando nos setores ligados à demanda interna. A recuperação é lenta e há mais falências e fechamentos.

O cenário mais otimista prevê uma retomada econômica em ‘V’ no pós-crise e um crescimento mais forte do PIB já no ano que vem, com média de 4,1% até 2030. Aprovação de reformas e aumento dos investimentos vão permitir uma redução mais rápida e intensa da relação Dívida Líquida do Setor Público e PIB. A recuperação rápida da confiança permitiria forte crescimento dos setores de serviços e construção. O cenário superior prevê redução de gargalos com ambiente mais favorável. Haverá estímulos ao desenvolvimento de ciência & tecnologia, trazendo também melhoria nos salários.

Por sua vez, o Caderno de Demanda é usado para os estudos de expansão da oferta de geração e transmissão até 2030. Ele também vem com três cenários que vão servir de parâmetros para a elaboração do plano. No consumo residencial, os cenários de aumento no consumo residencial chegam a 205 TWh no cenário referência, enquanto nos cenários superior e inferior ele vai a 227 TWh e 186 TWh, respectivamente.

Na classe industrial, há impacto negativo generalizado no consumo de grandes consumidores industriais em 2020, com exceções para a cadeia do alumínio e soda-cloro, onde há retomada. Pelo cenário referencial, o aumento médio no consumo da classe é de 3,1% ao ano, chegando em 2030 com 221 TWh. No melhor cenário, o  consumo daqui a dez anos fica em 238 TWh, enquanto no pior ele alcança 188 TWh.

O cenário desenhado pela EPE aposta na realização de reformas estruturais com ganhos de competitividade para a indústria. Ela dá ênfase na indústria de construção, transformação e dos setores exportadores de commodities.

Já o consumo comercial, após ser bastante impactado pela pandemia, volta a ter importância na evolução da demanda. o cenário base traz crescimento de 4,1% ao ano entre 2020 e 2030, chegando a 128 TWh em 2030. O cenário superior traz classe com 133 TWh no melhor retrato e com 111 TWh no pior.

Fonte: CanalEnergia