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Relatório Focus: cai expectativa de inflação e sobe a do PIB para 2022 e 2023

O mercado financeiro reduziu ainda mais a expectativa de inflação para 2022 e 2023 e elevou a do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) não só deste ano mas também o do próximo, mostram dados do Relatório Focus divulgados nesta segunda-feira (5) pelo Banco Central.

Foi a décima queda consecutiva na projeção para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) deste ano e a terceira para o do próximo, além da décima alta consecutiva para a estimativa do PIB em 2022 e a primeira para a do crescimento da economia em 2023.

A expectativa das instituições financeiras consultadas semanalmente pelo BC para o IPCA deste ano caiu de 6,70% há uma semana para 6,61% e, para 2023, de 5,30% para 5,27%. Já a projeção de alta do PIB subiu de 2,10% para 2,26% e de 0,37% para 0,47%, respectivamente.

Apesar da melhora nas projeções para 2022 e 2023, o mercado começou a estimar uma piora no cenário econômico no médio prazo, ao elevar a expetativa da Selic no fim de 2023 (de 11,00% para 11,25%) e também a da inflação de 2024 (de 3,41% para 3,43%).

Além disso, o mercado manteve as expectativas para a Selic no fim de 2022 (13,75%), 2024 (8,00%) e 2025 (7,50%) e para o dólar nos próximos 3 anos (US$ 1 = R$ 5,20 em 2022 e 2023 e R$ 5,10 em 2024). Mas elevou marginalmente a estimativa para a moeda americana em 2025 (de R$ 5,17 para R$ 5,18).

Inflação fora da meta

Apesar das revisões para baixo nas projeções da inflação deste e do próximo ano (6,61% e 5,27%), elas ainda estão muito acima da meta do BC (3,5% e 3,25%, respectivamente). Com a tolerância de 1,5 ponto percentual, a meta será cumprida se o IPCA ficar entre 2% a 5% em 2022 e entre 1,75% e 4,75% em 2023.

Ou seja: caso o cenário projetado atualmente pelo mercado ocorra, a meta do BC será descumprida por três anos consecutivos (pois em 2021 o índice oficial de inflação do Brasil fechou o ano em 10,06% e estourou o teto da meta).

A expectativa do mercado para o IPCA deste ano (6,61%) está abaixo da projeção da autoridade monetária (6,80%), mas continua bastante distante do cenário do BC tanto para 2023 quanto para 2024 (o mercado prevê 5,27% e 3,43%, contra 4,6% e 2,7% da instituição).

Para 2024, as instituições financeiras consultadas preveem um IPCA acima do centro da meta (3,43%, contra um alvo de 3% e uma projeção de 2,7% do BC). Isso indica uma desancoragem de expectativas do mercado em relação às da autoridade monetária (para 2024, a meta será cumprida se ficar entre 1,5% e 4,5%).

Fonte: InfoMoney