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Volatilidades inexplicáveis entram na pauta da CCEE

A volatilidade inexplicável do PLD entrou no radar da CCEE, que se vê muito preocupada com o tema, especialmente no momento que o país observa atentamente os níveis dos reservatórios, em baixos níveis de armazenamento, e às vésperas do PLD horário.

O PLD da semana operativa anterior estava colado no teto de R$ 559,75/MWh – refletindo o Custo Marginal de Operação na casa dos R$ 750/MWh. Para esta semana operativa, que se encerra na próxima sexta-feira (11/12), o preço despencou para a casa dos R$ 270/MWh. E que seria menor se a Agência Nacional de Águas (ANA) não tivesse flexibilizado restrições.

Como os reservatórios estão baixos e o governo vem adotando ações como acionamento de todo o parque termelétrico e importação de energia, não faz sentido a redução de preços em mais de 60% apenas com a expectativa maior de chuvas, afirmou Rui Altieri, presidente do conselho de administração da CCEE.

“Sempre combatemos as volatilidades inexplicadas”, disse, em entrevista a jornalistas para balanço de fim de ano da CCEE. Ele entende que é natural a ocorrência de mudanças nas previsões de chuvas, mas não é natural uma mudança dessa magnitude em apenas uma semana.

E a mudança na defluência do Rio São Francisco, que se fosse desconsiderada, colocaria o PLD na casa dos R$ 200/MWh, não é suficiente para sozinha justificar a variação do preço.

Da mesma forma, o executivo avalia que faz parte do jogo que empresas apostem em situações de preço específicas, mas alertou que as comercializadoras que apostam no comportamento do PLD têm que arcar com as consequências de previsões erradas – aportando as garantias financeiras necessárias.

Ele contou o caso de uma comercializadora (sem citar nomes) que apostou na previsão de PLD elevado no início do período úmido, ganhando muito dinheiro com a operação. No entanto, Rui salientou que o mercado de energia “não é um cassino” e que os agentes têm que operar com responsabilidade.

Em paralelo, a CCEE tenta emplacar as consultas públicas para debater a implantação da ferramenta de “duplo flag” e de garantias financeiras para o Mecanismo de Venda de Excedentes (MVE), a fim de avançar com a adoção de ferramentas que garantam mais segurança nas operações do mercado.

Fonte: Energia Hoje